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Numa dessas manhãs, Ronaldo navegando pela internet, ficou empolgado com as ofertas de produtos eletrônicos promovidas por meio da web, as propagandas eram chamativas e despertaram de uma maneira estrondosa o desejo do homem por um dos produtos. Então, em meio daquela avalanche psíquica, resolveu adquirir um novo celular.
Ronaldo pesquisou e viu o produto que mais se identificou. Pegou o telefone ligou para loja afim de se informar se o produto que lhe despertou interesse havia no estabelecimento.
Confirmada as informações, ele partiu rumo as compras. Ao chegar no local, dirigiu-se até o setor pretendido. Na vitrine avistou o mesmo aparelho celular que pela web havia lhe despertado interesse. “Senhor, boa tarde”, disse ele a um homem debruçado sobre a bancada de vidro. O homem, no entanto, sem demonstrar qualquer interesse em satisfazer o cliente só respondeu, “O que quer?”, sem entender a grosseria alheia e ele ainda insistiu no diálogo. “Eu vi esse modelo de celular disponível para venda no site da loja e quero adquirir um”. Antes mesmo de finalizar a frase, Ronaldo foi interrompido pelo atendente. “Viu, viu o que? Na internet é uma coisa na loja é outra coisa”.
O rapaz se assustou com a ignorância do homem, porém, não se interpôs na conversa. Mas, mesmo assim, Ronaldo, com cara de quem não estava entendendo nada, insistia em querer comprar o aparelho que com os olhos era seu. “Senhor”, disse ele, “Como na internet é uma coisa e aqui é outra?”. O atende ainda demonstrando-se rude repete, “Sim, internet é internet, loja é loja, porra. E esse aparelho aí não mais aqui”.
__Como não tem senhor? Pergunta Ronaldo.
__ Não tendo, ué. Se eu disse que não tem é porque não tem.
__ Mas eu liguei aqui para loja e me disseram que tinha.
__ Ligou? Ligou como?
__ Ligando, peguei o telefone o liguei.
__ Não sei como você ligou se o telefone aqui mudou.
__ Mudou?
__ Sim, mudou.
__ Ah, tá bom, então, o telefone mudou do meio dia para tarde?
__ Sim, o telefone mudou.
__ Ok, quero saber sobre o aparelho, quero comprar este aparelho.
__ Ah, então o senhor vai lá nos fundos lá, lá no fundo, lá no fundo
.
__ Mas o senhor não está aqui? O senhor pode me atender.
__ Não, se quer saber sobre este aparelho aqui vai lá no fundo, lá fundo, lá no fundo, lá no fundo.
__ Mas o senhor tá aqui pra quê?
__ Não sei, não interessa, se quer saber do aparelho vai lá no fundo, lá no fundo, lá no fundo.
Percebendo que não ia sair da masmorra, Ronaldo dirigiu-se até o fundo acreditando que teria seus problemas resolvido. No entanto, a fazer a pergunta a atende, ele ouviu a seguinte resposta: __ Internet é uma coisa, a loja é outra coisa.
Poesias & Crônicas de Márcio Nato
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