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O nosso Brasil é cheio
de pessoas que possuem inúmeras histórias incríveis que merecem ser contadas.
Histórias ricas e de conteúdo ímpar que poderiam influenciar
positivamente a vida de outras pessoas. Mas essas histórias não são
contadas. E se são, tem poucos contadores para falar sobre essas maravilhas!
Aqui
neste meu espaço virtual, já contei algumas dessas histórias fantásticas,
principalmente quando estive à frente do Programa radiofônico “Manhã da Globo”,
da Rádio Globo. Além de contá-las ao vivo no programa, elas também figuravam
este blog. Bem, hoje não estou mais no “Manhã
da Globo”, mas isso não me impedirá de contar mais essa história...
O nome é Edite
Fillagranna, ela tem 62 anos, é viúva e moradora do pequenino município catarinense,
chamado Taió.
Edite Fillagranna, 62 anos. |
Taió fica situado na
região do Alto Vale do Itajaí, uma cidade pacata e até, pode-se dizer, sem
muitos problemas. Mas vocês sabem como é, há sempre alguém querendo achar chifres
na cabeça de cavalo. E por lá, também, não é diferente. Muitas pessoas, com
sede de poder, querem “demonizar” um lugar que tem tudo para ser “santo”. No entanto, o real problema desta região – cercada
por montanhas – ocorre mesmo quando a chuva é intensa. Lá, igualmente, encontra-se a famosa Barragem
Oeste. É, meu amigo, se a chuva não der trégua, o povo sofre e enfrenta reais
problemas com enchentes e inundações. Mas essa é uma outra história que quem
sabe conto num dia desses.
Acredito que a senhora Fillagranna, nas suas
mais de seis décadas de existência, já deva ter presenciado muitos desses
momentos. A Dona Edite, contou-me um
pouco de sua trajetória de vida nos “alpes verdejantes de Taió”, “eu tinha um
pouco mais de 12 anos, e já trabalhava plantando fumo para ajudar na renda
familiar”, disse-me ela, com uma voz confiante e ao mesmo tempo saudosa.
A senhora de 62 anos,
lembrou que os tempos não eram fáceis, mas nem por isso os dias ser tornaram
amargos, “àquele tempo, era um tempo de muitas dificuldades, nós não tínhamos muita
coisa. Mas, mesmo com dias árduos, tudo era muito gostoso”, lembrou-se
com um sorriso no olhar.
Conta que, depois de casada as
dificuldades não esmoreceram. Segundo dona Edite, nos primórdios do matrimônio,
o casal passou por tribulações financeiras, todavia nunca deixaram de
desfrutar o que a vida tem de melhor para oferecer. “Quando me casei, meu
esposo e eu, a gente não tinta nada. Tínhamos sim, muita vontade de trabalhar e
de viver feliz! E isso foi o que fez a enorme diferença em nossas vidas. Sabe, nós
trabalhamos muito e muito mesmo. Porém, a gente não deixou de viver. A gente
foi feliz até o ultimo dia de vida dele”.
Edite acredita que a
infelicidade e o fracasso matrimonial está no foco em que os casais pautam o
seu projeto de vida, “o grande problema é que as pessoas só se preocupam em
trabalhar, trabalhar e trabalhar e se esquecem de viver para os filhos e para família.
A gente trabalhou muito, mas nunca deixamos de viver para a gente mesmo e para
os nossos filhos. Nós temos que trabalhar? É óbvio que sim, entretanto não
podemos deixar que o trabalho tome conta de tudo e de todo o tempo da nossa
vida. E, principalmente, não devemos permitir que ocupe o lugar de quem amamos”,
afirmou.
A aposentada garante que
não ficou nada para trás, ela disse que viveria tudo novamente sem acrescentar,
tirar, ou mudar nada. “Não tenho arrependimentos, nem frustrações, nem nada,
tudo o que passei e vivi, foi tudo muito bom. Os tempos difíceis que vieram nos
serviu de aio para moldar e fortalecer nossa família para os dias vindouros. A
única coisa que me incomoda, nos dias de hoje, é a minha coluna”, disse aos
risos.
Dona de um sorriso
contagiante e de um carisma incomum, Edite Fillagranna, traz no coração a
alegria traduzida em felicidade e simplicidade que talvez, outras pessoas
procurem a vida inteira, mas nunca vão encontrar, só por não saber por onde
começar a procurar.
Poesias & Crônicas de Márcio Nato
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